Pedro Henrique Martins dos Santos, de 24 anos, sargento do Exército, tirou a própria vida após matar a esposa e a filha de apenas um ano no Dia dos Pais, em Santos. A companheira já havia registrado denúncias contra ele por violência doméstica.
Os corpos foram encontrados em um quarto de uma residência no Morro Nova Cintra, na madrugada de domingo (10). Uma arma de fogo estava próxima ao corpo do militar, que atuava em Guarujá desde o início da carreira e ocupava o posto de terceiro-sargento no Forte dos Andradas, especializado em artilharia antiaérea.
Familiares relataram que Pedro Henrique estava prestes a embarcar para uma missão em Brasília, o que o deixava triste por se afastar da filha. Segundo a irmã, Carla Martins dos Santos, ele planejava ainda uma missão no Amazonas e era muito querido por seus colegas de trabalho, onde dava treinamentos para recrutas.
Apesar de não ter feito faculdade, o jovem demonstrava interesse em cursar Comércio Exterior no futuro. A tia destacou que ele se identificava profundamente com a carreira militar, valorizando os princípios e a seriedade do ofício.
Na esfera pessoal, Pedro perdeu a mãe aos 17 anos e vivia com o pai até a filha nascer, quando se mudou com a companheira para a casa onde ocorreu o crime. Familiares o descrevem como um homem de caráter, trabalhador e bom pai, embora lamentem o desfecho trágico dos acontecimentos.
O relacionamento do casal era marcado por conflitos. Em 2023, a esposa registrou queixas por ameaça e agressão, e chegou a tentar o suicídio após término do relacionamento. A família confirma que houve várias separações e reconciliações entre os dois.
Parentes afirmam que o sargento estava infeliz no relacionamento e chegaram a sugerir a separação para preservar a saúde mental dele. Discussões violentas eram frequentes, com relatos de agressões mútuas.
Na madrugada do crime, a Polícia Militar foi acionada e encontrou os corpos do casal e da criança. A mulher estava abraçada à filha quando foram localizadas. O local apresentava vestígios de sangue, e a arma utilizada foi apreendida para perícia.
O caso foi registrado como feminicídio seguido de suicídio. A investigação está a cargo da Polícia Civil, enquanto o Comando Militar do Sudeste lamentou a tragédia e esclareceu que o fato não configura crime militar.