Um homem de 72 anos morreu após um tiroteio com a Polícia Militar dentro do próprio apartamento, em Praia Grande, no litoral paulista, na noite do último domingo (3). O idoso era suspeito de ter ameaçado as próprias filhas e efetuado disparos na casa de uma delas, antes de se refugiar em seu imóvel.
O caso teve início após familiares denunciarem que o idoso havia feito ameaças e disparado contra o quarto dos netos, na residência de uma das filhas, localizada no bairro Tude Bastos. Em seguida, ele teria se deslocado para seu apartamento, na Avenida Marechal Maurício José Cardoso, no bairro Boqueirão.
Policiais militares foram até o endereço e, na portaria do prédio, receberam a informação de que o homem havia chegado momentos antes, visivelmente alterado. Segundo relatos, ele teria colidido o veículo na garagem e deixado um revólver trancado no interior do carro.
A equipe tentou contato no apartamento e, após alguns minutos, o idoso respondeu à porta. Mesmo após ser orientado a mostrar as mãos, não acatou os pedidos e, ao tentar fechar a porta, acabou reagindo e efetuando dois disparos contra os agentes. Um dos tiros atingiu o escudo balístico usado pela equipe. Os policiais revidaram, iniciando um breve confronto.
Após o tiroteio, o homem fechou a porta novamente e não respondeu mais. Diante da situação, foram acionadas equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A entrada no imóvel ocorreu cerca de uma hora e meia depois do confronto inicial. Os agentes encontraram o idoso já sem vida no chão da residência.
Durante a perícia, foram apreendidas diversas armas e munições, entre elas um rifle calibre .44, oito munições de mesmo calibre e sete munições de calibre .38, sendo uma já deflagrada. Facas também foram encontradas no local.
Histórico de conflitos familiares
As filhas do idoso prestaram depoimento à Polícia Civil e relataram que o pai fazia uso abusivo de bebidas alcoólicas e medicamentos controlados. Segundo elas, ele teria ingerido álcool ainda pela manhã e discutido com a filha de 25 anos, que residia com ele. Em outro momento do dia, ameaçou a filha mais velha, de 31 anos, em uma padaria, e depois seguiu até a casa dela, onde disparou no quarto das crianças. Ninguém ficou ferido.
Enquanto as filhas registravam boletim de ocorrência na delegacia, foram informadas pela portaria do prédio onde o pai morava sobre a presença da polícia no local. Ao chegarem ao condomínio, souberam do desfecho da ocorrência.
O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária de Praia Grande como morte decorrente de intervenção policial, ameaça, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, tentativa de homicídio e legítima defesa. As investigações seguem sob responsabilidade das polícias Civil e Militar.