Das águas de Guaratuba, em Bertioga-SP, às ondas gigantes de Nazaré, em Portugal. Pablo Bezerra — cirurgião-dentista, empresário e surfista amador — transformou sua paixão pelo mar em saúde mental e num caminho para a sobrevivência. Para contar sua experiência e de outras sete pessoas, incluindo a elite do Surf e do Skin Board mundial, o mogiano idealizou o documentário “Contos de Nazaré. Com estreia nas telinhas na quinta-feira (23/10), os seis episódios da produção destacam o Surf não apenas como Esporte, mas como poderosa ferramenta de equilíbrio e de superação pessoal.
Reunindo autoridades, atletas profissionais e personalidades do Surf, o longa será lançado em evento nesta quarta-feira (22/10), às 19h, no Tatu Bola, do Itaim, em São Paulo-SP, e chega um dia depois às principais plataformas de streaming — Now, Vivo, Looke, Amazon Prime, Google Play e iTunes.
Produzido pela PH Costa Blanca, o documentário defende que o Surf, bem como outras modalidades praticadas na água e fora dela são jornadas de autoconhecimento, de conexão com a espiritualidade e de manutenção da saúde mental.
Com seis episódios, com 55 minutos de duração, cada, “Contos de Nazaré” traz, além do depoimento do mogiano, perspectivas de Rodrigo Koxa, recordista mundial das ondas de Nazaré; Edílson Luís da Assunção, o Alemão de Maresias, piloto de segurança aquática mais reconhecido do planeta; Michaela Fregonese, campeã mundial no Big Wave Challenge; e Kalani Lattanzi, havaiano referência em Surf, Bodyboard e Bodysurf, e campeão na categoria Resiliência do Red Chargers de Nazaré.
A fotógrafa aquática brasileira Ana Catarina Teles, especialista em Fotografia de Surf e que já cobriu competições n
as ondas gigantes de Portugal, também participa do longa, ao lado de Lucas Fink, pentacampeão de Skin Board; e de Vinícius dos Santos, surfista profissional de ondas gigantes na remada. Ao longo de dois anos de filmagens, o grupo compartilhou experiências intensas de coragem, de disciplina e de autodescoberta.Casado com Mariana Hanashiro e pai de Rafael e de Maya — que já seguem os passos do pai nas ondas — Bezerra pratica a modalidade desde os cinco anos, incentivado pela mãe, que lhe deu a primeira prancha, e pelo irmão, Bruno, também surfista.
As melhores lembranças, segundo o mogiano, estão em Guaratuba (Bertioga), no Hawaii e em Nazaré. Foi em 2021, durante uma viagem a Portugal, que ele viveu uma experiência transformadora:
“Passei por uma fase muito difícil. A depressão chega num estalar de dedos. Todo pensamento intrusivo invade o corpo e a mente. E são reflexões de desistência, de falta de fé e de reconhecimento da própria história. Costumo dizer que fui para o fundo do poço, só que lá tinha água! Surfei para retomar minha vida. O Surf, que era só um hobby, foi a boia de salvação. Na hora em que decidi contar isso num documentário, encontrei pelo caminho outros que, assim como eu, também foram impactados pelo Esporte, pelo mar. Vamos assistir a vidas reais, a vulnerabilidades e ao poder transformador do Surf”, complementa Bezerra.
Visualizações solidárias
O filme também tem viés solidário: toda a renda obtida com as visualizações será revertida à Associação Casa da Criança “Zenaide de Souza Lima”, de Itaquaquecetuba-SP, instituição que há mais de meio século acolhe crianças e famílias da região do Alto Tietê.