Santos acaba de ganhar o Parque dos Morros, espaço de 290 mil metros quadrados voltado à preservação da biodiversidade, proteção da fauna e garantia de regeneração ambiental em uma das últimas áreas remanescentes de mata secundária nos morros. As inscrições para passeios monitorados começam em 1º de agosto.
A implantação oficial do maior parque do Município ocorreu na manhã desta segunda-feira (28), no ponto de entrada, à Avenida Prefeito Antônio Manoel de Carvalho, 1112, no Morro Marapé, em solenidade que marcou a regularização da área pela Prefeitura, e que contou com a presença do prefeito Rogério Santos, secretários e diversas autoridades municipais. A título de comparação, o Jardim Botânico Chico Mendes (Bom Retiro), tem 90 mil metros quadrados.
Na ocasião também foi lançado o programa Zela Feliz, que oferecerá ruas e praças de lazer com ações de sustentabilidade (detalhes abaixo).
O Parque dos Morros abrange áreas dos morros Caneleira, Nova Cintra, José Menino e chega até o Voturuá, em São Vicente. Além disso, vai se conectar ao Parque do Engenho de São Jorge dos Erasmos, administrado pela USP, formando um importante corredor verde. Esses corredores ecológicos permitem a migração de espécies entre áreas preservadas, fundamental para a sobrevivência da fauna. No local, já foram identificadas cerca de 100 espécies de aves, além de diversas trilhas ecológicas.
A área, antes alvo de desmatamento, descarte irregular de resíduos e especulação imobiliária, agora passará por processo de recuperação e uso sustentável.
O espaço também serve à EcoEscola Jornalista e Professor Dirceu Fernandes Lopes e será um ponto de integração entre meio ambiente, educação e turismo sustentável. Para consolidar o projeto, um Grupo Técnico de Trabalho (GTT) da Prefeitura realizou diagnóstico da flora e fauna, definindo diretrizes para a atuação dos monitores ambientais nas trilhas ecológicas.
Como parte das ações de qualificação profissional e geração de renda, a Secretaria das Prefeituras Regionais (Sepref), em parceria com o Senac, oferece um curso gratuito de monitor ambiental. A formação, com conteúdos teóricos e práticos, prepara os participantes para atuarem de forma técnica e consciente nos ecossistemas dos parques municipais.
“Santos tem dado exemplo nas áreas da governança, preservação e sustentabilidade, sendo uma cidade protagonista no cenário nacional. E quando falamos em Morros, já investimos mais de R$ 150 milhões em obras de proteção nas encostas. Meio ambiente é uma pauta mundial. Com a implantação do Parque dos Morros, reafirmamos o compromisso de Santos com o desenvolvimento sustentável e a educação ambiental”, ressaltou o prefeito Rogério Santos.
HISTÓRICO
A Prefeitura de Santos promoveu a desapropriação judicial da área remanescente do Loteamento Parque da Montanha, aprovado nos anos 1980. À época, diversas quadras e lotes previstos não foram implantados por estarem localizados em Área de Preservação Permanente (APP).
Com a medida, o Município amplia a área destinada à preservação ambiental e ao uso público. Além da área desapropriada, o Parque da Montanha também passa a incorporar terrenos que haviam sido doados pelo loteador à Administração Municipal, com finalidade de implantação de áreas verdes, sistema viário e espaços institucionais.
Ao todo, são 27 mil metros quadrados de áreas verdes (três lotes), 19,9 mil metros quadrados destinados a equipamentos públicos (duas áreas institucionais) e 11,6 mil metros quadrados de sistema viário.
“Com planejamento e estrutura, levaremos ao santista a oportunidade de conhecer o maior parque ambiental de Santos. O munícipe vai entender a importância de preservarmos os morros e suas áreas permeáveis”, salientou o secretário das Prefeituras Regionais, Rivaldo Santos, cuja análise foi reforçada pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade, Glaucus Farinello.
“Santos é uma cidade cada vez mais sustentável, que se reconecta à natureza, seja com o Parque dos Morros, dos Mangues, entre outros projetos ambientais. É um momento especial para o Município e seguiremos pensando uma cidade aliada ao meio ambiente”, concluiu Glaucus.
A criação do Parque dos Morros representa um avanço na política ambiental de Santos, conciliando preservação da natureza, educação ambiental e desenvolvimento do turismo sustentável.
PASSEIO MONITORADO
A partir do dia 1º de agosto estarão abertas as inscrições para os passeios gratuitos no Parque dos Morros. As visitas guiadas são realizadas com acompanhamento de monitor ambiental e ocorrem às quartas, sextas-feiras e sábados, sempre das 7h às 11h.
Os grupos devem ter entre cinco e 15 pessoas, e o passeio pode durar de 45 minutos a até três horas, conforme o perfil dos participantes. A atividade não é pet friendly e requer calçado fechado. Também é recomendável levar água e/ou fruta para hidratação.
Os interessados devem agendar a visita por e-mail, enviando nome completo e número de documento (RG ou CPF) para parquedosmorros@santos.sp.gov.br. A organização solicita que os participantes cheguem com, no mínimo, 10 minutos de antecedência.
Projeto une zeladoria urbana e cidadania em 60 ações até o fim do ano
O evento no Parque dos Morros também marcou o lançamento do projeto Zela Feliz, que levará lazer, cultura e educação ambiental a espaços públicos, com foco nas regiões de maior vulnerabilidade social.
A iniciativa vai promover a transformação de ruas e praças em áreas de convivência com a instalação de brinquedos sustentáveis, oficinas com materiais recicláveis e intervenções artísticas. Entre agosto e dezembro, serão 60 eventos em diferentes bairros. O primeiro será na Rua Dr. Pedro Paulo Di Giovanni, no Santa Maria, no dia 10 de agosto.
A proposta vai além da recreação: busca estimular o senso de pertencimento, o uso consciente do espaço urbano e o fortalecimento dos laços comunitários. Também contribui para a valorização das áreas atendidas, reforça as ações de zeladoria realizadas previamente e estimula práticas sustentáveis junto às famílias e crianças.
De acordo com o secretário das Prefeituras Regionais, Rivaldo Santos, o projeto representa uma nova forma de cuidar da Cidade, com a participação ativa da população. “Queremos que as pessoas se apropriem dos espaços públicos de forma positiva, entendendo que cuidar do bairro também é um ato de cidadania. Mais que uma ação pontual, é um movimento de transformação urbana e social”, concluiu.